quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Brasileiro é o que trabalha mais para pagar impostos no mundo

Pois é amigos... O brasileiro, segundo a reportagem abaixo, é um dos que mais se preocupa (ou que ao menos trabalha para isso) em pagar as contas devidas ao Fisco.
E mesmo assim, os contribuintes quando devem algo à Fazzenda (o que é absolutamente normal nos dias em que, como diz o outro, "vende-se o almoço para poder jantar") são tratados como verdadeiros condenados ao enforcamento em praça pública, inclusive, com a inclusão do seu nome no SPC/SERASA (o que a fazenda paulista já vem realizando), penhora de contas bancárias, nome no CADIN, e por aí adiante.
Muito embora a época do "solve et repet" (primeiro pague para depois discutir) tenha há muito deixado de condescender com as regalias do "rei", temos que, ainda nos dias de hoje, o "enforcamento" diário dos princípios legais que se resumem ao nítido direito do executado em se defender antes de ver seus bens expropriados favorecem, não mais ao enriquecimento o monarca, mas sim, à ausência de justiça fiscal e, sobretudo, ao mau uso do dinheiro público.
Aliás, querem ainda ressuscitar a tão polêmica CPMF, muito provavelmente porque acredita-se neste país, que ainda não se paga o bastante ao governo. Ou, no mínimo, que não é demasiado nem antiético, pagar curso da Srª Ideli Salvatti (PT - SC) ao singelo dispêndio de R$ 70.000,00 (setenta mil reais).
De quebra, soa evidente que as "Vossas Excelências" conhecem a ignorância do povo quando pretendem aprovar a idéia acima, mas com outro nome, com outra roupa, para que esta, ao passar no meio deles não seja reconhecida, mas talvez até aplaudida, máxime porque vem com o nome de "contribuição social", que, sendo nova, poderia dizer aquele: "é claro que vem somente a beneficiar o proprio cidadão". Ledo engano, senhores. Ledo engano...

Segue abaixo colacionada a reportagem em comento, por JANAÍNA LAGE, da Folha de SP, que ainda relata a grande burocracia quanto á abertura e fecchamento de empresas, complexidade da legislação trabalista, tributária, etc.:

"O empresário brasileiro trabalha 2.600 horas a cada ano para acertar suas contas com o fisco. Segundo o relatório "Doing Business - 2010", divulgado pelo Bird (Banco Mundial), trata-se do maior patamar verificado em um conjunto de 183 países.

Na lista de economias onde o empreendedor precisa trabalhar mais tempo para pagar os impostos figuram ainda as de Camarões, com 1.400 horas, Bolívia (1.080 horas) e Vietnã (1.050 horas). No sentido oposto, o empresário precisa trabalhar apenas 12 horas para quitar as dívidas com o fisco nos Emirados Árabes e 63 horas na Suíça. Na comparação regional, o Brasil também vai mal: a média dos países da América Latina é de 563,1 horas.

De modo geral, o Brasil fica no 129º lugar no ranking elaborado pelo Banco Mundial de locais de maior facilidade para a realização de negócios. A classificação coloca o país atrás de Colômbia, Chile, Peru, El Salvador e Nicarágua, entre outros. No relatório anterior, o país estava no 127º lugar.

O indicador leva em conta exigências para abertura de um negócio, legislação trabalhista, registro de propriedade, pagamento de impostos, comércio exterior e fechamento de empresas, entre outros aspectos.

A única reforma computada no estudo a favor da iniciativa privada adotada no Brasil está relacionada à abertura de negócios, com o fim da exigência de licença e inspeção da brigada de incêndio antes da obtenção da licença de operação no âmbito municipal. O relatório cita ainda o começo da implementação de serviços on-line em algumas cidades de São Paulo.

O Banco Mundial diz que um ambiente de negócios com regulação engessada não contribui para elevar a qualidade dos produtos, tornar o trabalho mais seguro ou reduzir a poluição. Na prática, serve só para inibir a iniciativa privada, o que eleva o número de pessoas na economia informal, aumenta os preços ao consumidor e incentiva a corrupção.

Além do peso dos impostos, o empresário brasileiro lida com entraves relacionados ao número de procedimentos para a abertura de um negócio. No Brasil, a burocracia requer 16 procedimentos, um dos patamares mais elevados no mundo, mas houve melhora em relação ao ano anterior, quando eram necessários 18. A abertura de um negócio no país leva cerca de 120 dias. A média da América Latina é de 45,5 dias.

Um dos pontos favoráveis ao país é o custo para abertura de uma empresa, estimado em 6,9% da renda per capita, contra a média de 35,6% da América Latina.

Nos dados de comércio exterior, o Brasil tem resultado mais positivo do que a média latino-americana: 12 dias contra 19,9. Em compensação, o custo é mais elevado, de US$ 1.540 por contêiner. Na região, esse valor fica em US$ 1.309,80. O tempo médio de importação é de 16 dias, abaixo da média de 22,9 dias na região.

O Banco Mundial destaca que mesmo em um ambiente de crise, 70% das 183 economias analisadas no relatório fizeram algum tipo de reforma no período de junho de 2008 a maio de 2009. A Colômbia é o único país da América Latina na lista dos dez maiores reformadores. O país empreendeu mudanças como a criação de um novo operador de saúde público-privado onde empregados e empregadores podem se registrar no prazo de uma semana, entre outras alterações."